No ano de 1985, surgiu a idéia de fabricar uma viola. Tabalhava na lavoura, mas em minhas horas de folga eu gostava de trabalhar com madeira.

Por eu gostar muito do som de "viola", construi a
minha primeira viola, e ao passar dos tempos foram surgindo idéias de criar uma afinação cem por cento.

Hoje com muito trabalho e aliado a capacidade que a experiência profissional vai nos proporcionando, consegui atingir uma afinação melhor que qualquer outra viola, independente da marca ou de quem a fabrica. Portanto hoje estou fabricando viola, violão e cavaquinho para vários artistas , tais como:-

ZÉ DO RANCHO, GIAN E GIOVANI, XORORÓ, DANIEL e outros tantos mais.

Uma prova disso é a capa do "CD - Meu Reino Encantado" do cantor "Daniel",
que para meu orgulho e satisfação esta abraçado a uma viola "BINATTI".

(Alício Binatti-outubro/2002) VIDEO CLIQUE

FONE:-
(17)-3826-3157

Abaixo Públicação do Diario Web em São José do Rio Preto, 7 de Novembro, 2010

Do mato para o mundo

Um muro rústico, sem pintura. Nenhuma placa publicitária. E na garagem dois Chevrolets, uma Caravan e um Opala parcialmente desmontado. Finalmente, nos fundos, um pequeno galpão onde fica a oficina. É nesse espaço absolutamente simples, sob o olhar vigilante de São Gonçalo - santo protetor dos violeiros - que Alício, 47 anos, e Durval, 49 anos, os irmãos Binatti, desenvolvem suas criações, que já avançaram para além da fronteira nacional.

Agora mesmo Alício prepara uma viola caipira encomendada por um português que mora em Londres. E como o cliente ‘gringo’ conhecia o trabalho dos luthiers quase escondidos em um imóvel simples, na saída de Uchoa para Tabapuã, sem qualquer tipo de publicidade e muito distante da internet? Por caminhos que os próprios artesãos desconhecem.

“Quando ainda morávamos na roça e começamos a fazer nossas primeiras violas teve um sujeito que se admirou: ‘Como podem vocês, enfiados lá no mato, fazer instrumento dessa qualidade?’ O fato é que sai e o pessoal aprova. Nunca teve reclamação”, afirma Durval, que afirma trabalhar apenas com madeira estrangeira, adquirida de um importador de São Paulo.

Joias de até R$ 6 mil

A fama nunca mudou o jeito dos irmãos Binatti trabalhar. Além do espaço físico modesto e de contar com auxílio de algumas máquinas improvisadas para dar forma aos instrumentos, outra característica é de ser um negócio absolutamente familiar. Na lutheria trabalham apenas os dois e mais ninguém. Juntos fazem, em média, 12 a 13 violas por ano.

Gente interessada em aprender o ofício não falta. Mas os irmãos temem despersonalizar a criação que levou anos para ser depurada. “Numa fábrica um funcionário faz uma coisa, e outro faz outra coisa. Quem termina a peça lá na frente não sabe como começou lá atrás, e vice-versa”, argumenta Durval.

O modo objetivo de conduzir os negócios revela-se também na despreocupação com a concorrência. Se patentearam a técnica de fabricação que desenvolveram? “Na verdade não patenteamos, não. O certo era patentear, não é? Mas não tem problema, ninguém faz igual. Alguns tentam (copiar), mas não conseguem. E o pulo do gato eu não ensino pra ninguém”, avisa Durval.

Talvez seja esse “pulo do gato” que faz de uma Binatti um instrumento único e que seduz tantos músicos. César Menotti, quando esteve em Rio Preto no mês passado se apresentando na Expo Rio Preto ao lado do parceiro Fabiano, fez questão de encomendar uma viola produzida pelos irmãos. “Até achei que fosse uma pegadinha quando ele me ligou. Mas depois demos muita risada. Ele chorou muito no preço (R$ 4 mil), mas no fim combinamos no valor”, conta Alício. Segundo ele, esta não é a mais cara de todas. Dependendo do material, uma viola pode custar entre R$ 2 mil e R$ 6 mil.

E é o próprio César Menotti quem atesta a qualidade do produto. “Os irmãos Binatti são os maiores fabricantes de viola do mundo. Sempre que passamos pela região, gostamos de ver os amigos.” Menotti diz que ele e Fabiano têm um projeto para resgatar “a verdadeira música caipira e sertaneja brasileira, sem influências de outros países.”

Outra dupla que também elogia o trabalho dos Binatti é João Carreiro e Capataz. Nos shows que realizam pelo Brasil sempre reservam um espaço para a chamada música raiz. “A defesa que a gente faz é pela viola caipira. É difícil a mídia dar essa abertura no cenário nacional. O pouco que a gente faz, faz de coração. Eu se pudesse, aliás, só vivia de moda caipira”, diz João Carreiro.